Papel: eu uso, tu usas, ele/ela usam, nós usamos... Será? Professora e discente do curso de Jornalismo da Uespi me contaram um pouco sobre como a utilização do papel vem sofrendo modificações nos seus hábitos de estudos, leituras, anotações e atividades avaliativas.
Ivonete Reis / CCOM / terça-feira, 28 junho , 2022
Por: Myvrian Hazy Braga
Papel: eu uso, tu usas, ele/ela usam, nós usamos… Será? Nos últimos anos o uso do papel vem se transformando na rotina da comunidade acadêmica. Professora e aluna do curso de Jornalismo da Uespi – campus Professor Barros Araújo, localizado na cidade de Picos, me contaram um pouco sobre como a utilização do papel vem sofrendo modificações nos seus hábitos de estudos, leituras, anotações e atividades avaliativas.
Era, mais ou menos, o final de 2019 e início de 2020, quando a empresa responsável por Xerox e impressão de documentos dentro do campus deixou de existir. Veio a pandemia e, até hoje, não existe outra empresa exercendo essa atividade nas instalações da Uespi. Mas será que a comunidade acadêmica sente falta? Dayanne Borges é discente do bloco 06 e revela quais eram as dificuldades com a impressão do material para estudo e, também, financeira.
“Eu acredito que a dificuldade […] era nem sempre estar aberta para atender à demanda. Eu tinha que ir em um horário estratégico, caso contrário, ficava sem ler o texto, porque não gostava de usar o PDF. Outra problemática era o dinheiro deixado por lá, no fim do semestre, era uma grana boa”.
A comunidade acadêmica ficou cerca de dois anos conectada por meio de aulas remotas. Era a época do distanciamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19. O distanciamento era apenas físico, já que professores e discentes continuaram suas atividades, em prol da educação, e foram se adaptando à nova realidade, a atividades e eventos online, aos documentos, salas de aula e plataformas digitais e, também, à diminuição do uso de papel. Professora Mayara Ferreira relata que o período pandêmico contribuiu para que a comunidade incorporasse o uso de documentos e plataformas digitais no nosso dia a dia.
“Antes, essa tecnologia já estava disponível, mas nós não utilizávamos tanto. (A pandemia) trouxe a contribuição no sentido de nós avançarmos no uso da tecnologia nas atividades docentes e acadêmicas. Desde então, os materiais para leitura são digitais […] e não mais textos impressos. Os trabalhos, também, são produzidos e colocados numa plataforma e lidos no próprio computador sem necessidade de impressão”.
Já Dayanne relata a sua experiência e diz que, hoje, possui livros e manuais guardadinhos no drive. “Eu me acostumei a ler os textos acadêmicos em PDF, tanto que comprei um Kindle, a maioria das minhas leituras é por ele. […] Também não preciso ficar carregando os livros pesados na bolsa”.
Documentos digitais: Eu prefiro, elas também! Sou do tempo em que tínhamos apenas a opção de imprimir vários documentos para ler, estudar e depois realizar nossas provas e atividades da Universidade. Prof May declara que sempre se incomodou com a quantidade de desperdício de papel na comunidade acadêmica e estudantil, em geral. E esclarece:
“Pra mim, essa é uma preocupação com a natureza. […] Eu, enquanto professora, semestralmente juntava as atividades que não eram devolvidas para os alunos e eu fazia o descarte desse ‘lixo’. Algumas vezes, eu até tinha a preocupação de procurar uma empresa que recebesse os papeis para serem reciclados. Mas outras vezes eles eram descartados de qualquer forma. […] Eu sempre me perguntava: por que produzir tanto lixo se podemos utilizar o meio digital? […] Isso foi muito positivo para a natureza, porque hoje, na minha atividade docente, desde 2020, eu não faço mais o descarte anual de papeis.”
Hoje, tudo se transformou. Agora eu sou do tempo dos documentos digitais, também. Alguns aplicativos, por exemplo, me permitem ferramentas que simulam um marca-texto, assim, posso fazer as marcações dos trechos mais importantes, da mesma forma como marcávamos no papel impresso, em tempos pretéritos. Dayanne reflete, assim como a Professora e eu, sobre a diminuição do uso do papel e dos efeitos positivos para a preservação da natureza.
“[…] Por mais que seja um trabalho de formiguinha, se todos diminuírem o uso do papel será uma soma que fará efeito. Eu não aboli o uso do papel na minha vida, mas diminuí consideravelmente, o que me deixa feliz por saber que, de certa forma, é um bom hábito ecológico”.
Eu reutilizo, ela conquista novos hábitos, elas abraçam a ideia de documentos digitais, nós preservamos o meio ambiente. Com a (re)educação e os ajustes para construir novos hábitos podemos, juntas(os), reduzir ainda mais o uso do papel. Novos hábitos, nova vida e consciência tranquila. A sociedade aplaude e a natureza agradece!
Reportagem que conquistou o segundo lugar, no 4° Concurso de Reportagem Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Picos.