Sáude

Ações de controle diminuem casos de hanseníase em Picos

CCOM / quarta-feira, 29 agosto , 2018

‘Prevenir é melhor que remediar’, confere a máxima popular difundida em todas as ações do homem, sobretudo quando se trata de saúde. Com esse entendimento, a Prefeitura de Picos, por meio da Coordenadoria de Controle a Hanseníase, buscou ações de descentralização visando melhor desempenho no enfrentamento à doença na cidade picoense. De acordo com o coordenador Gilberto Valentim,

A descentralização dos serviços proporcionou melhor desempenho das ações.

“a descentralização das ações foram essenciais para um melhor aproveitamento dos projetos práticos que tínhamos em mãos. Desde 2013 quando assumimos, descentralizamos o serviço, treinamos profissionais. Quando você descentraliza o serviço você dá mais capilaridade e dá mais acesso à população da periferia” avalia.

Caiu o número de pessoas infectadas pela doença em Picos.

Gilberto Valentim acredita que após a descentralização dos serviços de controle e prevenção, houve uma diminuição da hanseníase ao longo dos anos em Picos. A doença, que antes crescia gradativamente, teve acentuada queda na mesma proporção após a descentralização dos serviços. Para o coordenador, tal fator se reflete logo no primeiro semestre deste ano, onde a diminuição dos casos da doença ficou em torno dos sete por cento em comparação aos anos anteriores.

Atenção básica a pacientes.

“Em dados reais, foram 32 casos registrados e tratados em 2017 para uma declinação de 22 casos notificados em 2018. A expectativa é que até o final do ano, os dados se estabilizem tanto para mais, como para menos no número de casos da hanseníase”, espera.

A Hanseníase

A Hanseníase é uma enfermidade infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, daí o nome Lepra. É uma doença curável quando do seu diagnóstico e tratamento corretos.  Seu tratamento é gratuito na rede pública.

Sua transmissão ocorre por meio do contato direto entre uma pessoa com um portador do bacilo que não esteja em tratamento. É uma doença dermatológica, porém, sua transmissão pode ainda acontecer através de gotículas advindas do nariz ou saliva de pessoa contaminada. Sendo que não há contaminação da doença pelo contato com a pele de um paciente.

Manchas se espalham pelo corpo

A hanseníase lesa diretamente a pele. Entretanto, outros órgãos podem ser atacados facilmente pela doença, como é o caso dos olhos, nervos periféricos, por exemplo. Uma característica marcante da hanseníase diz respeito ao fato de que a doença não apresenta sintomas rapidamente, ou seja, sua incubação no organismo humano varia de seis meses até seis anos para se manifestar.

Principais sintomas

As manchas de cor parda ou eritomatosas são manchas de pouca visibilidade, de limites confusos. Em locais mais afetados, o paciente expõe perda de sensibilidade na área acometida, perdendo ainda pelos, além de ausência de transpiração.

A doença causa deformidades nos membros do paciente.

É constante a aparição de caroços ou inchaços em partes mais frias do corpo, diga-se orelhas, mãos e cotovelos. Além disso, podem ocorrer alterações na musculatura esquelética, causando deformidades nos membros do paciente.

Tipos da doença

Tipos conhecidos da Hanseníase.

Indeterminada: Estágio inicial da hanseníase, e muito comum em crianças. Quando diagnosticada nesse estágio, apenas 25% dos casos evoluem para as outras formas da doença.

Tuberculóide: Forma mais leve da doença. O paciente possui apenas uma ou duas manchas pálidas na pele. Ocorre geralmente quanto a patologia é paucibacilar (com poucos bacilos), ou seja, não contagiosa. Alterações nos nervos próximos à lesão podem causar dor, fraqueza e atrofia muscular.

Borderline: Forma indeterminada da doença. Há mais manchas na pele e cobrindo áreas mais extensas, em alguns casos é difícil precisar onde começa e onde termina.

Virchowiana: Forma mais grave da doença, com muitos bacilos e muito contagiosa. Os inchaços são generalizados e há erupções cutâneas, dormência e fraqueza muscular. Nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos também podem ser afetados.

Tratamento da doença

O tratamento da hanseníase propõe longo prazo. Nas formas mais brandas da doença, no caso (paucibalicilares), o tratamento leva pelo menos seis meses. Na forma mais complexa, o tratamento leva em torno de um ano ou até mais que isso. O combate à hanseníase acontece por meio de antibióticos junto à infecções, o que pode levar mais de um ano. No Brasil o sistema Único de Saúde é quem fornece todo o tratamento e acompanhamento ao paciente.

Tratamento leva em média seis meses e pode ir até mais de uma ano.

Segundo avisa o coordenador Gilberto Valentin, quanto ao tratamento, “é essencial segui-lo à risca. Pois somente pelo tratamento é que a cura acontece, sem interrupções. É tão importante manter o tratamento, pois a primeira dose da medicação já garante o isolamento da bactéria para outras pessoas já são importantes incitativas de prevenção”, explica.

Cuidados

O diagnóstico e o prognostico são importantes quanto ao combate e à cura da hanseníase. As precauções/cuidados frente à doença têm por base o exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG nas pessoas que convivem diariamente com pessoas infectadas.

“A hanseníase ocorre muito no aglomerado de pessoas, quanto maior aglomerado de pessoas, maior o número de casos entre essas pessoas. Se hidratar bem, usar bastante protetor solar e hidratante à noite para evitar os efeitos do sol já é um bom começo ”, explica Valentin .

Ações de apoio do município picoense no enfrentamento à Hanseníase

Gilberto Valentim comenta que o apoio da prefeitura de Picos é fundamental quando da operacionalização das ações de enfrentamento à doença, como também da elaboração de projetos práticos que venham beneficiar a população picoense diante de uma doença que se alastra facilmente.

O PAM é referência para a região Picos.

“O prefeito Pe. Walmir como as secretarias envolvidas, sempre nos deram atenção necessária nesse respeito. Temos toda a segurança para desenvolver nosso trabalho de forma coerente e auxiliar aqueles que nos procuram”, assinala.

A estrutura oferecida pelo município garante atendimento a todos.

As atividades que garantem a atenção necessária aos casos de hanseníase em Picos estão concentradas no Posto de Assistência Médica (PAM), órgão municipal que trata dos casos da doença na cidade. O PAM é uma espécie de referência quanto ao atendimento e tratamento da doença para a grande região picoense. Lá, são realizadas atividades relacionadas, além dos serviços de prevenção e seu devido acompanhamento. O órgão está localizado à rua Sitônio Dantas (n 590), bairro Catavento.