Teste do pezinho

Coordenadora do Paim explica que atraso nos resultados dos testes do pezinho são de responsabilidade do LACEM, órgão estadual

O teste do pezinho tem por objetivo, detectar doenças genéticas e metabólicas que podem desencadear deficiências intelectuais, afetando a saúde da criança.

/ CCOM / quarta-feira, 18 janeiro , 2023

Por Roberto Oliveira – Fárima Miranda

 

O Teste do Pezinho é um exame feito a partir do sangue coletado do recém-nascido. O sangue é colhido, no PAIM, do calcanhar do bebê por meio de uma punção com lanceta estéril e descartável.

 O teste é obrigatório em todo o país. A coleta deve ser feita no momento da alta hospitalar do recém-nascido. A iniciativa tem por objetivo, detectar doenças genéticas e metabólicas que podem desencadear deficiências intelectuais, afetando a saúde da criança.

Os casos positivos são encaminhados para tratamento, o mais rápido possível, diminuindo as chances de que o recém-nascido possa apresentar complicações graves motivadas pelas doenças pesquisadas. Por isso, a realização do exame já nos primeiros dias de vida da criança é fundamentalmente necessária. Em Picos, a coleta do material para o teste do pezinho é feita no PAIM, localizado na Rua São Sebastião, ou, também, na rede privada de saúde.

Nesse sentido, Mauriceles Macêdo, coordenadora do PAIM do município picoense, alerta sobre o atraso da análise e envio dos resultados por parte do LACEM – Laboratório Central de Saúde Pública. O referido órgão é controlado pelo Governo do Estado do Piauí. Segundo a coordenadora, o atraso do retorno das informações, chega até a oito meses, inviabilizando qualquer tipo de tratamento oferecido às crianças no âmbito da Rede Municipal de Saúde local.

Mauriceles Macêdo, coordenadora do PAIM – Foto – Roberto Oliveira

“A função do PAIM de Picos é coletar o sangue e enviar para o LACEM. Estamos com problemas de atraso desde maio do ano passado. Nós não estamos recebendo os resultados dos testes colhidos desde essa data por falta de material para avaliar o sangue por parte do LACEM. O atraso chega até a oito meses. Precisamos dessa resposta para que a gente possa interceder junto aos nossos pediatras, para tratar de crianças com alguma alteração”, esclarece a gestora.  

A Rede Municipal de Saúde de Picos mantém equipes de profissionais capacitados em âmbito de atendimento e procedimentos específicos quando da coleta do material, em se tratando do teste do pezinho, como é o caso do PAIM e outros procedimentos correlatos.

Segundo Mauriceles Macêdo, o material colhido em Picos é envido para o LACEM – Laboratório Central de Saúde Pública, responsável estadual pela impressão de laudos de teste do pezinho, ou seja, as análises do material colhido em todos os municípios do Piauí, relacionadas ao teste do pezinho, são de responsabilidade do referido órgão.

A gestora explica, ainda, que o teste do pezinho pode ser realizado tanto pelo SUS, no caso do PAIM, assim como na rede privada de saúde. Mauriceles Macêdo orienta que os pais, em caso de dúvida, além de fazerem o teste na rede municipal, podem realizá-lo, também, na rede privada, sendo uma espécie de contraprova para maior segurança do resultado.

“É o que a gente aconselha. Pelo SUS – PAIM, ou qualquer laboratório da rede privada. Se os pais puderem fazer e obter esse resultado com sete a quinze dias, é mais viável porque eles (os pais), podem interceptar qualquer doença e tratar a criança”, aconselha.

Por que fazer o teste do pezinho

De acordo com o Ministério da Saúde,  e a Lei nº 14.154/2021, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente, para aperfeiçoar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), estabelecem um rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho, são elas:

I – etapa 1:

  1. a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
    b) hipotireoidismo congênito;
    c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
    d) fibrose cística;
    e) hiperplasia adrenal congênita;
    f) deficiência de biotinidase;
    g) toxoplasmose congênita;

II – etapa 2:

  1. a) galactosemias;
    b) aminoacidopatias;
    c) distúrbios do ciclo da ureia;
    d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos;

III – etapa 3: doenças lisossômicas;
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias;
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.

Todas as crianças recém-nascidas devem realizar o teste. A data recomendada para colher o sangue é entre o 3º e 5º dia de vida do recém-nascido.

Confira a entrevista!